Ser Acompanhado
Há acontecimentos na vida que nos levam a sentir a necessidade de buscar apoio. Momentos em que ‘perdemos o chão’.
- o choque tremendo de uma notícia devastadora
- a surpresa de uma realidade longínqua agora presente: a morte
- o desabar do mundo confortável e seguro das nossas rotinas
- o medo do desconhecido
Como funciona o acompanhamento?
O voluntário AMARA visita a pessoa que acompanha no local onde esta se encontra (em casa, numa idade de saúde ou numa instituição).
Durante a visita semanal, que dura cerca de uma hora, o voluntário AMARA presta Acompanhamento Existencial através de Escuta Ativa e Presença Plena.
Trata-se de uma presença ‘sem agenda’ mas com compromisso e no completo respeito pela pessoa: o seu sentir, o seu espaço, as suas convicções, os seus medos. A escuta ativa reflete-se num sentir total do outro, num interesse genuíno em compreender, em… escutar. A presença plena reforça o valor do momento presente, do ‘estou aqui, por ti!’
As angústias e os medos associados ao seu sofrimento e ao dos outros, leva muitas vezes ao isolamento. A ‘conspiração do silêncio’ instala-se quando familiares próximos não partilham as suas dores mais profundas, os seus medos mais escondidos. E este isolamento amplifica o sofrimento daqueles que afinal apenas o criam reduzir.
O voluntário AMARA, por ‘não ter passado nem futuro’ com a pessoa acompanhada, é muitas vezes um facilitador de reflexões mais aprofundadas. Caminhos que se vão trilhando a cada visita, ao ritmo da pessoa acompanhada.
O que o voluntário AMARA não faz:
- Não presta apoio psicológico nem psicoterapêutico;
- Não intervém nem se disponibiliza para quaisquer assuntos de natureza financeira ou jurídico-legal;
- Não se envolve nos conflitos familiares. Poderá, no entanto, facilitar “pontes”, mas só com o conhecimento e anuência de todos os intervenientes, sempre sob a Supervisão da AMARA e com a devida integração com a equipa pluridisciplinar (sempre que esta exista);
- Não administra medicação;
- Não manipula nem movimenta a pessoa acompanhada;
- Não ajuda na alimentação (sólidos e líquidos);
- Não cuida da higiene pessoal;
- Não apoia nas atividades domésticas.
Qual o apoio que o voluntário AMARA presta?
O apoio existencial e espiritual (sem qualquer ligação religiosa, no total respeito pelo sistema de crenças da pessoa acompanhada) ajuda a entender e a processar a revolta, o ódio, a ansiedade, o desespero, o desânimo que tantas vezes se instalam na pessoa com doença.
“Não aguento mais!”
“Qual o sentido disto?”
“Será que isto é vida?”
“Qual o valor do tempo vivido?”
Escutar a dor, acompanhar na dúvida, estender uma mão amiga num momento de devastador silêncio. Estar presente e aconchegar no assustador vazio do abismo.
Quais as resposta que o acompanhamento AMARA pode dar?
As respostas estão na própria pessoa. O caminho é seu. O voluntário AMARA apenas está ao lado da pessoa. Nem à frente, nem atrás. Ao lado.
E é ao lado, em presença plena, que se pode criar o espaço para que a pessoa acompanhada descubra o seu caminho. Por exemplo:
- Afinal, podemos não estar sós
- É bom quando alguém nos pode escutar e, sobretudo, compreender
- Poder conversar com quem não temos passado
- Repensar as relações pessoais e familiares
- Agradecer, perdoar, desfazer mal-entendidos
- Dizer finalmente o que se pensa a quem amamos
- A descoberta do apoio espiritual, em si mesmo, para a reestruturação interna
- Aceitar a impermanência da vida e a sua finitude
O que a pessoa pode alcançar com o acompanhamento AMARA?
- Redescobrir o Sentido da Vida
- Recontruir a cada dia novos objetivos e prioridades
- Um novo caminhar de corpo, sentido e alma inteiros
- Sentir-se acompanhado. Literalmente!
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