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Curso Doula do Fim da Vida

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Curso Doula de Fim de Vida

A palavra Doula vem do grego e significa "mulher que serve". Há alguns anos atrás, o início e o fim da vida eram acompanhados, em casa, pelas mulheres. É um conceito já muito difundido na área do acompanhamento da grávida (pré, parto e pós parto).
No fim da vida já se começa a desenvolver noutros países mas em Portugal ainda não se houve falar.... Até agora ...
A morte, nos dias de hoje, é negada e escondida. Mas a sua essência é a própria vida. Afastar a morte, afasta-nos da vida e de nós.
A doula do final da vida é alguém que conhece e compreende a fisiologia do processo do final da vida e morte, que respeita e assegura as necessidades básicas da pessoa que está nesta etapa da vida e, acima de tudo, respeita as opções desta, da sua família e amigos, apoiando nas decisões informadas e conscientes.
O papel de Doula no Fim da Vida é acompanhar a pessoa que está a morrer, os seus entes queridos e amigos, durante os últimos anos, meses, semanas e dias de vida. A doula fornece apoio emocional, físico, recursos, educação, informação e amizade para aqueles que aceitam e abraçam o morrer como um período da vida, não apenas um final abrupto.
A doula apoia o processo natural da morte. Não o adianta e/ou atrasa.
É um período da vida que traz desafios e alegrias, tristezas e oportunidades. A doula do final da vida apoia tanto a pessoa que está a morrer quanto a sua família e amigos, para ajudá-la a viver esta etapa da vida ao máximo.
A doula do fim da vida apoia todos aqueles que quiserem falar, aprofundar e conectar-se com os seus ciclos da vida, lutos, processos de transição, rituais de passagem e viver uma vida mais consciente.
 
Objetivos
Pretende-se, para além da área do saber e aquisição de conhecimentos, uma abordagem de crescimento, desenvolvimento pessoal e autodescoberta. Para cuidar do outro, com respeito pelas suas decisões, primeiro é essencial, que nos conheçamos a nós próprios e saibamos distinguir o que é nosso e do outro.
Este curso irá fornecer oportunidades para discutir temas, fazer perguntas e encontrar uma comunidade que possa apoiar nesta jornada e escolhas de vida.
 
Após a finalização do curso, não ficará sozinho (a) na caminhada de acompanhamento de quem solicitar apoio:
- ajuda dos formadores e fundadores do curso.
- apoio da formadora principal, 24h, durante todos os dias do ano.
- acesso a uma plataforma online de partilha e aprendizagem.
- acesso a documentação sobre os temas dados (irá sendo disponibilizada ao longo da realização dos módulos), a bibliografia, artigos científicos e filmes.
 
Destinatários
Este curso destina-se a todas as pessoas, profissionais da saúde ou não, que sentem o apelo para prestar cuidados, apoio e advocacia a alguém que está a defrontar-se com o fim da sua vida, bem como a sua família e amigos.
Destina-se a todas as pessoas que pretendam ter uma perspetiva mais positiva sobre a morte. Que pretendam aprender a desconstruir conceitos que fomos aprendendo ao longo da vida e que nos trazem sofrimento. Que queiram aprender a incluir os ciclos da natureza na sua vida e levar esta nova forma de estar aos outros.
Destina-se a todas as pessoas que queiram Viver uma vida mais consciente.
 
 
Datas (12 fins-de-semana, carga horária de 192 horas em regime misto + 7o horas individual) 
(Formação das 9h30 - 18h30 (o horário pode ser adaptado conforme as necessidades dos formandos e formadores):

Tópicos Abordados:

A formação de doulas do fim da vida pretende ocupar um espaço vazio no sistema que surgiu pelo desenvolvimento da parte mais técnica do cuidar. O desenvolvimento da ciência trouxe uma grande melhoria no diagnóstico e alívio de sintomas da doença mas surgiu um espaço em falta para o Ser, e estar para a relação, a presença e atenção plenas, a escuta ativa, a compaixão. Esta formação pretende, para além da componente mais técnica relacionada com aspetos práticos no cuidar, abordar temas ainda tabus na nossa sociedade, como a morte, o erotismo, o luto, a eco-espiritualidade, o animismo e o xamanismo. Pretende fazer a ponte entre o Ser e os ciclos da natureza, da qual fazemos parte. Tem uma base metodológica que segue as linhas de uma aprendizagem transformativa onde se pretende uma análise reflexiva para ajuda a encontrar novas formas de presença, ação na vida e no cosmos, trazendo práticas animistas, a eco-psicologia, a eco-espiritualidade, a eco-filosofia, a descolonização e antigas práticas de conexão ao lugar que somos e onde estamos. De igual forma, este curso, pretende criar um espaço seguro, e circular, de partilha entre os formando se formadores, ir ao encontro da individualidade de cada formando (dos seus medos, memórias, sofrimentos) e trazer uma nova forma de estar com a morte na nossa vida, e assim, levá-la ao outro. Para saber criar um espaço sagrado, de amor e presença, nos momentos mais especiais da nossa vida, desde o nascimento até ao final da nossa vida, primeiro é importante saber criá-lo connosco.

Este curso pretende assim, desenvolver a auto-consciência somática como uma poderosa ferramenta para cuidar de si e prestar uma boa relação de ajuda.

Para Mezirow (1996), a aprendizagem é concebida "como o processo de utilizar as interpretações anteriores, com vista a construir uma interpretação nova, ou uma interpretação alterada acerca do sentido da experiência pessoal em ordem a guiar a acção futura." (Mezirow, 1996, p. 162). As perspetivas adquiridas pelo indivíduo constituem o quadro de referência de posteriores interpretações que o indivíduo faz da realidade que o envolve. As novas aprendizagens são, desta forma, 'condicionadas' pelas aprendizagens anteriores. Ora é exatamente na revisão dessas interpretações assumidas anteriormente pelo indivíduo de forma não critica, que consiste uma das dimensões mais importantes da aprendizagem na vida adulta.

Estas pressuposições assumidas acriticamente, a que Mezirow intitula de perspetivas de sentido, envolvem, pois, três diferentes vertentes que influenciam a nossa perceção acerca de nós próprios e da realidade que nos envolve: distorções de ordem epistémica, influenciando o nosso modo de conhecer e a forma como usamos o conhecimento; distorções de ordem sociolinguística, sendo os mecanismos pelos quais a sociedade e a linguagem limitam as nossas perceções; distorções psicológicas, "produzindo formas de sentir e agir que nos causam sofrimento porque são inconsistentes com o nosso autoconceito e a nossa perceção de como queremos ser como adultos." (Mezirow, 1991, p. 138). Muitas das pressuposições do indivíduo, especialmente as de ordem psicológica, são assimiladas durante a infância, através do processo de socialização e aculturação, sendo frequentemente adquiridas durante experiências significativas com os pais e professores.

Se a aprendizagem é caracterizada pela influência das pressuposições existentes na análise e compreensão dos novos dados, a aprendizagem transformativa corresponde à alteração das perspetivas existentes. Não se trata de adquirir novas perspetivas, pois a aquisição das mesmas é sempre influenciada pelas perspetivas já existentes, não existindo qualquer alteração na forma como o sujeito vê e interpreta a realidade. A aprendizagem torna-se, pois, transformativa quando os pressupostos são vistos como distorcidos, inadequados, ou inválidos para dar resposta à realidade, dando lugar a uma perspectiva de sentido transformada.

Fonte: https://rmoura.tripod.com/transformative.htm

Edmund O’Sullivan define a aprendizagem transformativa como

experimentar um desvio profundo, e estrutural, nas premissas básicas do pensamento, sentimentos e ações. É um desvio na consciência que altera dramaticamente, e de modo irreversível, o nosso modo de ser no mundo. Tal desvio envolve a compreensão que temos de nós mesmos e do lugar onde estamos; os nossos relacionamentos com outras pessoas e com o mundo natural; a nossa compreensão das relações de poder que interligam as estruturas de classe, raça e género; a consciência que temos do nosso corpo, e abordagens alternativas ao modo de viver; e a noção das possibilidades para a justiça social e a paz, bem como o gozo pessoal.”

Módulos da Formação:

Sessão ONLINE de Apresentação - 22 de fevereiro, das 17h-21h, com Ana Infante

Módulo 1 – 15 e 16 de Marçom com Carol Costeloe (PRESENCIAL)

Viver e Morrer”

Um espaço de desenvolvimento pessoal. Reflexão sobre como viver com mais plenitude e assim poder encarar o fim da vida de forma natural. Trabalho sobre os medos perante a vida e a morte que tanto nos limitam. Descoberta interior dos recursos latentes em cada um.

Módulo 2 – 29 e 30 de Março, com Carol Costeloe (ONLINE)

Relação de Ajuda

Aborda a dimensão espiritual que damos à vida, à morte e ao nosso trabalho com pessoas doentes. Reflexão sobre as etapas de aceitação face aos desafios da vida. Práticas de escuta ativa.

Módulo 3 – 12 e 13 Abril, com Susana Dagot (PRESENCIAL)

Compaixão. Burnout e Auto-cuidado. Toque de relação

Módulo 4 - 10 e 11 Maio, com Ana Catarina Infante (ONLINE)

O que é uma doula? O papel da doula na nossa sociedade.

Cuidados paliativos e outros conceitos

A importância dos rituais.

Sinais e sintomas do final da vida

Normoses e a medicina narrativa

Módulo 5 - 24 de Maio, com Ana Catarina Infante (ONLINE)

Corpo Somático – O templo da Vida e da Morte

Teoria polivagal – as bases neurofisiológicas da relação

A diferença entre empatia e compaixão

A importância dos limites

A morte e a natureza - funerais sustentáveis.

Módulo 6 e 7 – 25 de Maio, com Ana David e Carlos Martins (ONLINE)

O Herbalismo no fim da vida - Como criar um kit herbal para apoiar quem está a morrer, os familiares/amigos e a própria doula do fim da vida de forma consciente, sustentável e intuitiva

A importância do som no final da vida eu impacto que tem no corpo vulnerável que morre

Módulo 87 e 8 Junho, com Ana Sevinate (ONLINE)

Dor da perda e processo de luto

Diferentes tipos de luto

O luto ecológico

Módulo 9 28 e 29 Junho, com Lurdes Rodeia (PRESENCIAL)

Perda gestacional e perinatal – práticas de renascimento

Módulo 10 – 13 e 14 de Setembro, com Carla Mourão (PRESENCIAL)

Caminho espiritual interior - Perspetiva animista e xamânica da morte e do luto e praticas ancestrais de equilíbrio

A Teia da Vida

Relação de auto conhecimento e reconhecimento da sua intuição, a importância da presença de Ser e ciclos da natureza através de práticas ancestrais animistas.

Refletir sobre a nossa ligação à natureza e mundo invisível.

Módulo 11 27 e 28 Setembro, com Carla Mourão (PRESENCIAL)

Caminho espiritual interior - Práticas animistas e xamânicas

Módulo 12 - 18 e 19 Outubro: com Ana Catarina Infante (ONLINE)

Comunicação.

Planear o final da vida

Módulo 13 – 8 de Novembro com Ana Catarina Infante (ONLINE)

Diferentes perspetivas espirituais e religiosas no final da vida

Aspetos legais e práticas pós-morte no nosso país

Eco-espiritualidade

A diferença entre espiritualidade e religiosidade

A descolonização do eu e do lugar

Módulo 14 -  9 de Novembro, com Ana Catarina Infante e Dr António Folgado (ONLINE)

Testamento Vital

Módulo 15 - 9 de Novembro, com Ana Catarina Infante e Olga Porqueras (ONLINE)

A morte animal

Módulo 1622 e 23 Novembro com Ana Catarina Infante (PRESENCIAL)

Código ético, confidencialidade, direitos e deveres, segurança e limites.

Da teoria à prática: o que mais podemos fazer?

Acompanhamento após a morte.

Revisão dos conteúdos

Ritual de encerramento

 

PREÇO

Valor do curso: 1700€ (descontos para sócios da AMARA e formandos VMMP)
Os formandos deste curso têm 20% de desconto em futuros cursos e retiros da Amara (não inclui workshops).

INSCREVA-SE AQUI  

 

Modalidades de Pagamento

Se pago na totalidade a pronto pagamento têm 10% de desconto.
Pode ser pago em duas ou em quatro prestações.
O primeiro pagamento deve ser feito no ato da inscrição (100€). A confirmação da inscrição no curso é válida após a realização do pagamento.

Vão ser realizadas entrevistas a todas as pessoas que se inscreverem para realizar a formação com o objetivo de enquadrar as suas intenções, objetivos, compromisso e disponibilidade: definirmos com clareza os objetivos da formação, missão, visão e valores da comunidade

Em caso de desistência do curso, após a validação da inscrição, devolveremos o dinheiro, se o cancelamento for feito até um mês antes do início do curso. Em caso de desistência, a meio da formação, o pagamento realizado não será devolvido e caso a pessoa ainda não tenha pago todas as prestações deverá fazê-lo. 

 
Número de participantes
6 pessoas – mínimo
16 pessoas – máximo
 
Certificado
As doulas do fim da vida não têm reconhecimento legal.
Não é considerada uma profissão, independentemente de ser em Portugal ou no estrangeiro.
Já existem países onde esta formação está muito mais desenvolvida, bem como as doulas já são mais reconhecidas. 
Aspiramos criar uma base sólida, para esta formação, com pessoas experientes na sua área de atuação, como podes verificar através dos resumos curriculares que estão anexados.
Após a realização do curso será passado um certificado, pela AMARA, a quem esteve presente em 90% da formação.
Após a finalização do curso os formandos são convidados a fazer um estágio, como voluntários da AMARA, beneficiando da sua supervisão.
 
Responsável da formação: Ana Catarina
Enfermeira
Pós-graduação em Cuidados Paliativos pela Universidade de Medicina de Lisboa.
Mestrado em Dor pela Universidade de Medicina de Lisboa.
Doula do nascimento, pela Rede de Doulas Portuguesa.
Assessora de Lactação pela rede Amamenta.
Curso de Reflexologia pelo IRIL.
Curso de meditação para crianças pelo Myogi.
Percorreu círculos de council, sexualidade sagrada, retiros de meditação Vipassana.
Voluntária na associação plantar uma árvore e da AMARA.
Trabalhou 5 anos no Hospital da Luz em Cuidados Paliativos e na LInQUE – Cuidados Paliativos em casa e no HSM de Lisboa.
Uma sempre estudante da vida.
 
Visão e valores
A morte é entendida como um evento normal da vida, não apenas um final abrupto.
Este curso oferece uma abordagem holística de suporte adequada ao fim da vida, onde todos os aspetos do ser humano são tidos em consideração (físicos, emocionais, psicológicos, sociais, culturais e espirituais).
O trabalho em equipa é essencial para que todos os aspetos do ser humano sejam tidos em consideração (profissionais de saúde, voluntários, técnicos, assistentes, doulas, familiares e amigos, etc.)
A doula não é um profissional de saúde mas pode e deve trabalhar em conjunto com estes.
As doulas fornecem informação e apoio não julgador, confidencial e respeitoso, adaptado às necessidades e valores de cada família.
A pessoa que está a morrer, o centro dos cuidados, e sua família são vistas como uma unidade. Cada ser é único e os cuidados devem ser adaptados em conformidade.
A Vida é um caminho de auto-descoberta, onde o conhecimento de nós próprios, e do que os outros nos trazem sobre nós, é fundamental. A escuta ativa e silenciosa de nós próprios, saber estar em nossa presença, é basilar para podermos Estar e Ser com o Outro.
 
Mais informações em:

 

 

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